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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

LITURGIA DO 32° DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

IV semana do Saltério


Esta viúva pobre deu mais do que todos os outros.

cor verde

8 de Novembro de 2015

XXXII SEMANA DO TEMPO COMUM 

(VERDE, GLÓRIA, CREIO – IV SEMANA DO SALTÉRIO)

Dar não só o supérfluo, mas mesmo do necessário

 Introdução geral

O tema predominante na liturgia deste domingo é dado pela correspondência entre o episódio da viúva pobre no templo (evangelho) e o da viúva de Sarepta (1ª leitura). A partir daí, pode-se compreender a crítica que Jesus faz aos escribas e a dimensão do sacrifício de Cristo tematizado na carta aos Hebreus.

Antífona de entrada:

Chegue até vós a minha súplica; inclinai vosso ouvido à minha prece (Sl 87,3).

Oração do dia

Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

II. Textos Bíblicos

1° Leitura (1 Reis 17,10-16)

Leitura do primeiro livro dos Reis.

17 10 Elias pôs-se a caminho para Sarepta. Chegando à porta da cidade, viu uma viúva que ajuntava lenha. Chamou-a e disse-lhe: “Por favor, vai buscar-me um pouco de água numa vasilha para que eu beba”.
11 E indo ela buscar-lhe a água, gritou-lhe Elias: “Traze-me também um pedaço de pão”.
12 “Pela vida de Deus”, respondeu a mulher, “não tenho pão cozido: só tenho um punhado de farinha na panela e um pouco de óleo na ânfora; estava justamente apanhando dois pedaços de lenha para preparar esse resto para mim e meu filho, a fim de o comermos, e depois morrermos”.
13 Elias replicou: “Não temas; volta e faze como disseste; mas prepara-me antes com isso um pãozinho, e traze-mo; depois prepararás o resto para ti e teu filho.
14 Porque eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: ‘a farinha que está na panela não se acabará’, e a ânfora de azeite não se esvaziará, até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a face da terra”.
15 A mulher foi e fez o que disse Elias. Durante muito tempo ela teve o que comer, e a sua casa, e Elias.
16 A farinha não se acabou na panela nem se esgotou o óleo da ânfora, como o Senhor o tinha dito pela boca de Elias.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 145(146)

Bendize, minha alma, bendize ao Senhor!

O Senhor é fiel para sempre,
fez justiça aos que são oprimidos;
ele dá alimento aos famintos,
é o Senhor quem liberta os cativos.

O Senhor abre os olhos aos cegos,
o Senhor faz erguer-se o caído;
o Senhor ama aquele que é justo.
É o Senhor quem protege o estrangeiro,
quem ampara a viúva e o órfão,
mas confunde os caminhos dos maus.

O Senhor reinará para sempre!
Ó Sião, o teu Deus reinará
para sempre e por todos os séculos!

2º Leitura (Hebreus 9,24-28)

Leitura da carta aos Hebreus.

9 24 Eis por que Cristo entrou, não em santuário feito por mãos de homens, que fosse apenas figura do santuário verdadeiro, mas no próprio céu, para agora se apresentar intercessor nosso ante a face de Deus.
25 E não entrou para se oferecer muitas vezes a si mesmo, como o pontífice que entrava todos os anos no santuário para oferecer sangue alheio.
26 Do contrário, lhe seria necessário padecer muitas vezes desde o princípio do mundo; quando é certo que apareceu uma só vez ao final dos tempos para destruição do pecado pelo sacrifício de si mesmo.
27 Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo,
28 assim Cristo se ofereceu uma só vez para tomar sobre si os pecados da multidão, e aparecerá uma segunda vez, não porém em razão do pecado, mas para trazer a salvação àqueles que o esperam.

Palavra do Senhor.

Evangelho (Marcos 12,38-44 ou 41-44)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3). 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

Naquele tempo, 12 38 disse Jesus: “Guardai-vos dos escribas que gostam de andar com roupas compridas, de ser cumprimentados nas praças públicas
39 e de sentar-se nas primeiras cadeiras nas sinagogas e nos primeiros lugares nos banquetes.
40 Eles devoram os bens das viúvas e dão aparência de longas orações. Estes terão um juízo mais rigoroso”.
41 Jesus sentou-se defronte do cofre de esmola e observava como o povo deitava dinheiro nele; muitos ricos depositavam grandes quantias.
42 Chegando uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, no valor de apenas um quadrante.
43 E ele chamou os seus discípulos e disse-lhes: “Em verdade vos digo: esta pobre viúva deitou mais do que todos os que lançaram no cofre,
44 porque todos deitaram do que tinham em abundância; esta, porém, pôs, da sua indigência, tudo o que tinha para o seu sustento”.

Palavra da Salvação.

III. Comentário dos textos bíblicos:

1° Leitura (1 Reis 17,10-16)

O texto de 1Rs 17,10-16 faz parte do início das narrativas acerca do profeta Elias (cf. 1Rs 17-19; 21; 2Rs 1-2). O contexto da cena é a grande seca enviada pelo Senhor (v. 1). O rei Acab promovia o culto ao deus cananeu Baal, ao qual era atribuída a chuva e a fertilidade dos campos. Com a seca, o Senhor mostrava a inoperância do deus cananeu e a potência de sua palavra, que fechava os céus. Elias recebe a ordem de habitar em território fenício, na região de Sarepta (v. 9), cerca de 15 km ao sul da cidade de Sidônia. Tratava-se de um território pertencente ao sogro do rei. As realizações de Elias naquela região fora do domínio de Israel demonstravam o grande poder do Senhor, que ultrapassava as fronteiras israelitas.

Elias é um profeta chamado individualmente por Deus, não ligado à corte nem a um grupo de profetas; por isso, quando não se encontra em sua própria morada, depende da hospitalidade e da caridade de outrem. Deus o adverte de que uma viúva lhe virá em auxílio (v. 9). Uma pessoa naturalmente desprotegida na sociedade israelita e em situação de particular necessidade (por causa da seca) é o instrumento de Deus para vir em socorro de seu profeta. Deus se serve dos frágeis, mas generosos, para melhor manifestar a sua força. É a viúva quem dará sustento ao grande Elias. Ela possui, em sua indigência, muito pouco. Mas esse pouco será o princípio com base no qual ela tirará sustento para si, para seu filho e para o profeta, e por longo tempo (v. 15).

Julgando segundo razões bem plausíveis, a mulher expõe sua quase impossibilidade de atender ao pedido do profeta por um pouco de pão. Elias, porém, mantém-se firme em sua solicitação e dela exige o pouco que ainda lhe resta. Mas apoia essa exigência na confiança de que o Senhor cuidará da situação (“Não temas, não te preocupes!”, v. 13) e garantirá a sobrevivência dos três durante o tempo da seca (v. 14). Crendo na palavra de Deus, transmitida pelo profeta, a viúva obedece e vê sua generosidade recompensada pela manutenção dos víveres mais necessários à vida, os quais, no momento de seu encontro com Elias, estavam prestes a acabar (v. 15). Deus garante o alimento; ele é quem dá o sustento necessário à vida. E o dá para ser partilhado.

2º Leitura (Hebreus 9,24-28)

O texto da carta aos Hebreus de hoje faz parte do trecho 8,1-9,28, que traça a contraposição entre o modo de garantir o acesso a Deus nos sacerdotes do Antigo Testamento e em Jesus. Jesus realiza um novo sacrifício que supera infinitamente os do Antigo Testamento, porque não foi feito num templo humano, em Jerusalém, mas chegou ao céu e abriu a face de Deus em nosso favor (v. 24). E porque não precisa ser realizado muitas vezes, mas uma só (v. 25-26). Por que não precisa ser repetido? Primeiramente, porque cumpriu em si todas as exigências da oferta, da adoração a Deus. Não pode haver nada maior. O mistério pascal supõe o mistério da encarnação da Segunda Pessoa Divina; por ser o sacrifício de Deus encarnado, esse sacrifício é absolutamente único. Em segundo lugar, porque tal doação a Deus é capaz de realizar plena e incomparavelmente a comunhão do ser humano com Deus. Jesus realizou a salvação de modo pleno, cabal (v. 28).

Aqui se abre a dimensão cristológica do discipulado exposto no evangelho. Se a viúva é modelo de discípulo por dar-se totalmente a Deus (e, daí derivando, também seu amor ao próximo), a carta aos Hebreus, lida nesse contexto, mostra que Jesus é o modelo do discípulo, também porque ofereceu a Deus todo o seu ser, sem nada reter, incluindo sua vida e sua morte. Ele deu realmente tudo o que tinha (cf. Mc 12,44). 

Evangelho (Marcos 12,38-44 ou 41-44)

O texto do evangelho são as últimas palavras de Jesus antes do discurso escatológico, último de sua vida pública (cf. Mc 13), e antes da paixão. É como uma última indicação das disposições que deve ter seu discípulo. O texto da liturgia possui duas partes: nos v. 38-40, Jesus admoesta os discípulos quanto ao comportamento dos escribas; os v. 41-44 trazem a cena da viúva pobre que deposita seu donativo no templo. Aproximando os dois temas, o evangelista quis estabelecer contraste entre os escribas e a pobre viúva, propondo esta última como modelo.

Na primeira parte (v. 38-40), Jesus começa com uma advertência: “Guardai-vos dos escribas… cuidado com os escribas” – chamando a atenção para a necessidade de estar atento e não se deixar influenciar pelo comportamento deles. Em seguida, aponta duas atitudes dignas de crítica. Primeiramente, a procura de reconhecimento e elogios, por meio do uso de túnicas usadas para sair, vistosas e eventualmente ricas (o termo grego stolé indica por vezes a veste do rei ou do sacerdote: cf. 2Cr 18,9; Est 6,8; Ex 28,2); do gosto de serem saudados em primeiro lugar, o que demonstrava sua importância; da satisfação em ocupar tanto os primeiros postos na sinagoga, reservado a personalidades importantes (ou ao menos seus próprios lugares, já que os escribas não se sentavam junto com o povo, nas sinagogas, mas em lugares especialmente reservados), quanto os lugares ao lado de quem oferecia um banquete (cf. Lc 14,18ss). Em segundo lugar, o desejo de possuir bens, mesmo daqueles que eram objeto da proteção especial de Deus (viúvas e órfãos: cf. Ex 22,21-22). “Devorar as casas” significa apropriar-se ilicitamente, talvez por meio dos altos preços exigidos por consultas jurídicas. Tal atitude é agravada por ser levada a efeito por pessoas que “ostentam longas orações”.

Jesus critica, assim, os escribas por sua pretensão de ter, na comunidade, uma posição de destaque em virtude do conhecimento da Lei. O que deveria ser um serviço à comunidade torna-se motivo de autopromoção e de dominação. Sua crítica termina com uma condenação, que equivale a um juízo divino escatológico (assim o expressa o termo grego kríma, sentença, julgamento). Os escribas receberão um julgamento mais severo, porque eram conhecedores da vontade de Deus e porque se serviam de pessoas frágeis para seus propósitos escusos.

A segunda parte do evangelho de hoje (v. 41-44) se passa na sala do tesouro do templo, no átrio das mulheres, onde havia três cofres destinados a receber as ofertas dos fiéis. Os doadores diziam em voz alta o valor que depositavam e o entregavam a um sacerdote. Desse modo, Jesus podia conhecer o que era oferecido. O evangelista apresenta duas contraposições: muitos ricos / uma só viúva; ofereciam muito / ofereceu duas moedinhas. Essa contraposição faz ressaltar a pobreza da viúva e a sua posição desfavorável. Ela oferece duas “lepta” ou um “quadrante”, respectivamente as menores entre as moedas gregas e romanas.

O ensinamento de Jesus aos seus discípulos é solene: “Em verdade vos digo” – ele dará uma sentença verídica sobre o fato. A oferta da pobre viúva supera a dos ricos, porque é seu tudo. Os ricos nada têm de prejuízo com o que dão, pois dão do seu supérfluo. A viúva dá tudo o que tem. Ela poderia ter dado só uma moeda, mas deu as duas que tinha e, por isso, seu sacrifício é maior e mais autêntico, mais generoso.

Quem dá o que lhe sobra não vê tocada sua própria existência, que continua segura. Doando tudo o que tinha para viver, a viúva professou concretamente seu amor e total adoração a Deus, a entrega a ele de sua vida e, simultaneamente, a confiança na sua providência. Não basta dar a Deus o supérfluo; Deus não quer de nós alguma coisa, mas, sim, ele nos quer. Jesus não fez à pobre viúva do templo uma promessa de sustento, como o fez o profeta Elias em Sarepta. A viúva do templo tem sua recompensa a partir de seu próprio ato. Se ela assim se dá a Deus… que não dará Deus a ela?

De outro lado, se ela assim se doa a Deus, este deve ser também o modelo de sua doação aos outros. Nossa solidariedade com todos não se pode expressar só em dar o nosso supérfluo, mas também o que nos é necessário, não só materialmente, mas também nosso tempo, nossa atenção, nossa compreensão, nossa paciência… Enfim, nós mesmos.

A viúva é, assim, apresentada como exemplo, embora na sociedade de então não ocupasse nenhum destaque (por ser mulher e sem marido, sem proteção; e por ser pobre). Ela é exemplo que resume em si, de certa forma, a atitude que cabe ao ser humano diante de Deus.

IV. Pistas para reflexão

– Estou atento ao fato de que Deus pode manifestar-se não só no que é mais vistoso, mas também nos mais frágeis, nos indigentes, nos sem nome?

– Como é meu serviço na comunidade eclesial? É realmente um serviço a Deus e a meus irmãos, ou a mim mesmo?

– Sei estar diante de Deus em atitude de adoração, para oferecer-lhe toda a minha vida, todo o meu ser? Sei que essa oferta tem como modelo último o próprio Senhor, que deu a sua vida por nós?

V. Sobre as oferendas

Lançai, ó Deus, sobre o nosso sacrifício um olhar de perdão e de paz, para que, celebrando a paixão do vosso Filho, possamos viver o seu mistério. Por Cristo, nosso Senhor.

VI. Antífona da comunhão:

O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar (Sl 22,1s).

VII. Depois da comunhão

Fortificados por este alimento sagrado, nós vos damos graças, ó Deus, e imploramos a vossa clemência; fazei que perseverem na sinceridade do vosso amor aqueles que fortalecestes pela infusão do Espírito Santo. Por Cristo, nosso Senhor. 

VIII. Vídeo


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