A formação do músico católico é fundamental e a pedra principal é sua obediência e concordância litúrgica.
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sábado, 22 de novembro de 2014

SANTA CECÍLIA, PADROEIRA DOS MÚSICOS

“Enquanto ressoavam os concertos profanos das suas núpcias, Cecília cantava, no seu coração, um hino de amor a Jesus, seu verdadeiro Esposo” (Atas de Santa Cecília).

Não se tem muitas informações sobre a vida de Santa Cecília. É provável que tenha sido martirizada entre 176 e 180, sob o império de Marco Aurélio. Escavações arqueológicas não deixam dúvidas sobre a sua existência.

Segundo a Paixão de Santa Cecília, escrita no século V, Cecília seria da nobre família romana dos Metelos, filha de senador romano e cristã desde a infância.

Os pais de Cecília, sem que a filha soubesse, prometeram-na em casamento a um jovem patrício romano, chamado Valeriano. Se bem que tivesse alegado os motivos que a levavam a não aceitar este contrato, a vontade dos pais se impôs de maneira a tornar-lhe inútil qualquer resistência. Assim se marcaria o dia do casamento e tudo estava preparado para a grande cerimônia.

Da alegria geral que estampava nos rostos de todos, só Cecília fazia exceção. A túnica dourada e alvejante peplo que vestia não deixavam adivinhar que por baixo existia o cilício, e no coração lhe reinasse a tristeza.

Estando só com o noivo, disse-lhe Cecília com toda a amabilidade e não menos firmeza: “Valeriano, acho-me sob a proteção direta de um Anjo que me defende e guarda minha virgindade. Não queiras, portanto, fazer coisa alguma contra mim, o que provocaria a ira de Deus contra ti”. A estas palavras, incompreensíveis para um pagão, Cecília fez seguir a declaração de ser cristã e obrigada por um voto que tinha feito a Deus de guardar a pureza virginal.

Disse-lhe mais: que a fidelidade ao voto trazia a bênção, a violação, porém, o castigo de Deus. Valeriano vivamente impressionado com as declarações da noiva, respeitou-lhe a virgindade, converteu-se e recebeu o batismo naquela mesma noite. Valeriano relatou ao irmão Tibúrcio o que tinha passado e conseguiu que também este se tornasse cristão.

Turcius Almachius, prefeito de Roma, teve conhecimento da conversão do dois irmãos. Citou-os perante o tribunal e exigiu peremptoriamente que abandonassem, sob pena de morte, a religião que tinham abraçado. Diante da formal recusa, foram condenados à morte e decapitados.

Também Cecília teve de comparecer na presença do irredutível juiz. Antes de mais nada, foi intimada a revelar onde se achavam escondidos os tesouros dos dois sentenciados. Cecília respondeu-lhe que os sabia bem guardados, sem deixar perceber ao tirano que já tinham achado o destino nas mãos dos pobres. Almachius, mais tarde, cientificado deste fato, enfureceu-se extraordinariamente e ordenou que Cecília fosse levada ao templo e obrigada a render homenagens aos deuses.

De fato foi conduzida ao lugar determinado, mas com tanta convicção falou aos soldados da beleza da religião de Cristo, que estes se declararam a seu favor, e prometeram abandonar o culto dos deuses.

Almachius, vendo novamente frustrado seu estratagema, deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores d’água. Cecília experimentou uma proteção divina extraordinária e embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto de tornar-se intolerável, a serva de Cristo nada sofreu. Segundo outros, a Santa foi metida em um banho de água fervente do qual teria saído ilesa.

Almachius recorreu, então, à pena capital. Três golpes vibrou o algoz sem conseguir separar a cabeça do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra e ficou três dias nesta posição. Aos cristãos que a vinham visitar, dava bons e caridosos conselhos. Ao Papa entregara todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outro pedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois de sua morte. Foi enterrada na Catacumba de São Calisto.

As diversas invasões dos godos e lombardos fizeram com que os Papas resolvessem a transladação de muitas relíquias de santos para igrejas de Roma. O corpo de Santa Cecília ficou muito tempo escondido, sem que lhe soubessem o jazigo.

Uma aparição da Santa ao Papa Pascoal I (817-824) trouxe luz sobre este ponto. Achou-se o caixão de cipreste que guardava as relíquias. O corpo foi encontrado intacto e na mesma posição em que tinha sido enterrado. O esquife foi achado em um ataúde de mármore e depositado no altar de Santa Cecília. Ao lado da Santa acharam seu repouso os corpos de Valeriano, Tibúrcio e Máximo.

Em 1599, por ordem do Cardeal Sfondrati, foi aberto o túmulo de Santa Cecília e o corpo encontrado ainda na mesma posição descrita pelo papa Pascoal. O escultor Stefano Maderno que assim o viu, reproduziu em finíssimo mármore, em tamanho natural, a sua imagem.

A Igreja ocidental, como a oriental, tem grande veneração pela Mártir, cujo nome figura no cânon da santa Missa. O ofício de sua festa traz como antífona um tópico das atas do martírio de Santa Cecília, as quais afirmam que a Santa, nos festejos do casamento, ouvindo o som dos instrumentos musicais, teria elevado o coração a Deus nestas piedosas aspirações: “Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que não seja confundida”.

Desde o século XV, Santa Cecília é considerada padroeira da música sacra e dos músicos. Sua festa é celebrada no dia 22 de novembro, dia da música e dos músicos.

Considerada padroeira dos músicos, Santa Cecília é exemplo de fé e coragem. Diz a história que, no dia das núpcias, a jovem noiva, em meio aos hinos de pureza que cantava no íntimo do coração, partilhou com o marido o fato de ter consagrado sua virgindade a Cristo e que um anjo guardava sua decisão. Valeriano, seu esposo, que até então era pagão, a respeitou, mas disse que somente acreditaria se contemplasse o anjo. Tempos mais tarde, o anjo apareceu-lhe e, por isso, Valeriano se converteu e foi batizado.

“Ter Santa Cecília como intercessora é ter a certeza de que a canção, quando cantada com amor verdadeiro, chega não somente ao coração das pessoas, mas também ao coração do próprio Senhor”, partilha a missionária da Comunidade Canção Nova Rosiane Tais.

Para a cantora católica Ziza Fernandes, o que mais chama sua atenção em Santa Cecília é a capacidade de ser coerente com o que acreditava. "Ela foi mártir da verdade, derramando seu sangue por não abrir mão do que acreditava: a crença na Santíssima Trindade”, afirma a cantora, que lançará o CD “EpSegredos” pela Gravadora Canção Nova em breve.

“Quando conheci as catacumbas onde está o corpo de Santa Cecília, para mim foi um momento indescritível. O momento de martírio dela é algo admirável, e é esse tipo de postura que eu preciso ter em minha vida artística: com responsabilidade e compromisso em tudo o que vou fazer”, partilhou Ziza. A cantora diz admirar a coerência e a coragem de sua padroeira: “Santa Cecília foi feminina, delicada e, ao mesmo tempo, determinada. Peço a Deus que me dê forças para que, nas pequenas mortes do meu dia a dia, eu saiba morrer e renunciar ao que for preciso para continuar fiel e responsável diante das coisas que eu digo e acredito”, concluiu Ziza Fernandes.

Para o missionário Ricardo Sá, ter Santa Cecília como padroeira é um contínuo convite à santidade. "A tradição conta que Cecília cantava na hora da morte. Para mim, é um convite a uma vida inspirada num modo novo de viver, num mundo que também me inspira coisas velhas. Uma vez que Cecília morreu cantando, desejo fazer da minha história uma canção nova, assim como é minha vocação. Mais próximo a mim, minha maior inspiração é a vida do monsenhor Jonas Abib.

Reze a "Oração do Músico", com Ziza Fernandes:

“Deus Todo-Poderoso, que nos destes a vida, os sons da natureza, o dom do ritmo, do compasso e da afinação das notas musicais, dai-nos a graça de conseguir técnica aprimorada em nossos instrumentos, a fim de que possamos exteriorizar nossos sentimentos por meio dos sons.

Permita, Senhor, que os sons por nós emitidos sejam capazes de acalmar nossos irmãos perturbados, curar doentes e animar os deprimidos, que sejam brilhantes como as estrelas e suaves como o veludo. Permita, Senhor, que todo ser que ouvir o som dos nossos instrumentos sinta-se bem e pressinta a vossa presença.”

Santa Cecília, padroeira dos músicos, rogai por nós! Amém!


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